EM COIMBRA NASCEU O ROCK PORTUGUÊS

 

 

EM COIMBRA NASCEU O ROCK PORTUGUÊS

É enorme o sucesso da banda musical de Coimbra OS QUATRO E MEIA. Para além da faceta fado e canção de Coimbra têm existido na nossa cidade, ao longo das últimas décadas, dos anos 50/60 até à atualidade, diversos nomes ligados à música ligeira ou a géneros muito particulares como rock, blues, jazz e folk. De um modo geral estes músicos eram estudantes da universidade e, assim, em tempo de Primavera, recordo algumas PRIMAVERAS MUSICAIS, as quais, no âmbito da música ligeira, foram êxito cá pelo burgo. Parece-me justo colocar uma baliza na Orquestra do Orfeon (Quarteto de jazz do Orfeon) e na presença em Coimbra de JOSÉ CID e de JOSÉ NIZA. A formação orfeonística, além de CID, incluía JOSÉ NIZA, JOAQUIM CAIXEIRO e DANIEL PROENÇA DE CARVALHO. José Niza conquistou relevo no plano nacional e foi importante para o surgimento de grupos em Coimbra pela sua atitude solidária e de cooperação com músicos mais novos, enquanto aqui esteve a estudar. O grupo do Orfeon dissolveu-se e leva à formação dos ÁLAMOS (excelente grupo de baile) com uma existência de sete anos, enquadrados num plano mundial em que começava a sobressair a Beatlemania. Entretanto, José Cid ruma a Lisboa, surge no Conjunto Mistério e a seguir no inesquecível QUARTETO 1111 com a Lenda de El-Rei D. Sebastião que veio a ser um caso de sucesso. Antes, houve uma experiência positiva e embrionária no rock português com os BABIES entre 58 e 60, também em ligação com José Cid. E fixemos esta ideia: OS BABIES podem ser considerados os PAIS DO ROCK PORTUGUÊS. Entretanto, os BOYS, da Cumeada, estão na origem do Conjunto Académico HI-FI que nos prendou com uma voz feminina, a vocalista ANA MARIA DELGADO. Estas duas bandas, ÁLAMOS e HI-FI, gravaram discos o que nos permitiu reproduzi-los na rádio, musicalidades que se repercutiram para além das suas existências. DUARTE & CIRÍACO é uma dupla que também grava e alcançou notoriedade na época com um dos membros (Duarte) saído dos Álamos. Recordo-me do FESTIVAL YÉ-YÉ que apresentei no Teatro Avenida em que participaram grupos que já tinham currículo como os LORDES, PROTÕES (que estão na origem dos IN LOCO), COCKTAILS, POPS. Não me consigo lembrar de todos os presentes nem de todos os grupos desta época (50/60/70), mas foi um período rico na música pop e rock em Coimbra. No tempo presente há, cá por casa, nomes populares na música tais como JP SIMÕES, ANTÓNIO PIMENTEL, os BELLE CHASE HOTEL, WRAYGUNN (voz de Raquel Ralha), LEGENDARY TIGERMANN/PAULO FURTADO, ANTÓNIO SILVA MUSIC, PEDRO JANELA (CASINO ROYAL), ANDRÉ SARDET, os QUATRO E MEIA, nomes que extraio de uma lista longa de músicos que existiram ou existem pela nossa cidade e que mostram que além do Fado e Canção de Coimbra e de Formações Musicais Académicas há músicas e músicos no ar dos quais teremos de ser fãs e escutá-los. Entretanto, espero que me perdoem por não falar, por hoje, em todos os músicos, quer no plano individual quer no plano grupal, que são referências desta bela COIMBRA MUSICAL.

SC