SER FELIZ COM BELA MÚSICA. E um “adeus” a Françoise Hardy

 


SER FELIZ COM BELA MÚSICA

E um “adeus” a Françoise Hardy

 

Estive numa festa de aniversário de uma pequerrucha e os pais serviram musicalmente, aos graúdos, uma boa e apetecível dose de música dos BEATLES. Viajei de carro com um amigo e mimoseou-nos, durante a viagem e tendo de permeio a conversa, com temas dos famosos músicos de Liverpool. Há dias, numa celebração do Conservatório de Música David de Sousa da Figueira, o espetáculo de final de ano foi baseado em canções dos BEATLES. Ob-la-di-ob-la-dá, o que está a dar é a BEATLEMANIA. Para a minha idade é uma incontornável verdade que os Beatles com as suas músicas pautaram a minha juventude; e o mais curioso é a INTEMPORALIDADE das suas canções. Hoje, escuto-as como se fosse a primeira vez. Em defesa da paz, anti bélicos, na promoção do amor, os famosos músicos constituíram uma espécie de catecismo musical onde se aprendeu a viver de forma progressiva, aberta e fraterna. Nos últimos dias a poética de Camões também nos entrou em casa e, de um modo geral, alguns dos temas eram e são INTEMPORAIS e autênticas lições de vida, de história e de amor. Igualmente de abril, 25, até ao primeiro de maio e junho, 10, dia de Portugal, soaram músicas de vários portugueses, mas predominaram canções de Zeca Afonso. A sua música e a sua poesia ou poesia que noutros colhia é intemporal e referencial, uma Cartilha para Bem Vivermos. Ao longo da minha vida profissional, frente ao microfone e com as mãos na música, procurei sempre optar pela agradabilidade e por temas que engrandecessem os ouvidos de quem nos escutava; e ainda mimoseassem a alma e a nossa formação coletiva. Nem sempre escolhi ao agrado de todos, mas sentia um apelo, uma necessidade forte de divulgar o que musicalmente era belo. Há contextos de receção que podem não estar em sintonia com quem emite e o que se emite. Porém, numa simples música popular ou num tema mais elaborado, a intemporalidade cruzada com a agradabilidade ainda parece continuar a ser uma receita algo eficaz. Na música de matriz coimbrã encontrei das mais belas criações musicais e, muitas vezes, baseadas numa lírica aparentemente simples, mas profunda. E, se durante anos, reclamei ser necessário o aparecimento de novos temas no fado de Coimbra e na canção de Coimbra, com a mesma ousadia revejo alguns dos fados de Coimbra mais tradicionais ou clássicos, como preferirem denomina-los, e observo que são intemporais e por isso magníficos. Gostava que os leitores se debruçassem acerca deste meu ponto de vista escutando alguns dos mais importantes CLÁSSICOS DO FADO DE COIMBRA. Deixando sempre espaço para as novas criações onde as baladas de despedida estão a ter um lugar cimeiro, constato que a maioria das canções de Coimbra são magnificamente INTEMPORAIS. E tão importantes como a música dos BEATLES. Ainda, recentemente, escutei a célebre BALADA DE DESPEDIDA que Machado Soares imortalizou, na voz de João Farinha cruzando, inclusivamente, com hip-hop. Uma voz francesa da minha juventude em que as músicas francesas lutavam com as inglesas por visibilidade, FRANÇOISE HARDY, ícone da cultura pop e do yé-yé, dos anos 60, faleceu a meio desta semana aos 80 anos. Ela que cantava - e traduzo -, TODOS OS RAPAZES E RAPARIGAS DA MINHA IDADE/PASSEIAM JUNTOS NA RUA/TODOS SABEM O BEM QUE É SER FELIZ/ E OLHOS NOS OLHOS/MÃOS NAS MÃOS/ SEGUEM APAIXONADOS/ SEM MEDO DO AMANHÃ. Toda a bela música faz-nos felizes e a acreditar num belo amanhã.

***

Nota de rodapé – Esta semana, mais um cidadão do nosso concelho morreu devido a queda num trator agrícola. Quando travamos estas mortes?

SC em COLABORAÇÃO PARA O DESPERTAR a 14 de junho de 2024

 


Comentários

Mensagens populares deste blogue

DEZ DE AGOSTO, A TEIMOSA, TEM NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS para o biénio 2024 2025

TRIBUTO A ELTON JOHN, DIA 29/12, NO CASINO ESTORIL COM TOM CRIDLAND

COIMBRA FAZ FESTAS COM ABRAÇOS E BEIJINHOS