UM F.R.A! PELO 25 DE ABRIL

 


UM F.R.A! PELO 25 DE ABRIL

 

A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, o 25 de abril de 1974, está a festejar o seu cinquentenário. Temos, felizmente, um país perfumado pelo cheiro destes cravos vermelhos.

É inquestionável que a REVOLUÇÃO DO 25 de ABRIL foi feita pelos militares. Vários motivos levaram os capitães a reivindicar a diversos níveis castrenses. Personalidades militares de patente mais elevada, como Costa Gomes a António de Spínola, abanaram o sistema recusando-se a ir ao beija-mão a Marcelo Caetano, então presidente do Conselho de Ministros, quando este, receoso de perder o apoio, convocou a elite castrense. Spínola, com o seu livro PORTUGAL E O FUTURO, traçou um primeiro foco revolucionário. Sigilosamente, um grupo de militares reunia e começava a traçar objetivos. Mal planeada, e talvez apressada, a tentativa das Caldas, a 16 de março, ficou gorada. A coluna militar parou na portagem de Vila Franca. E deixem-me contar-vos: - assisti, pessoalmente, à ação de recuo, junto à portagem, daquela coluna, porque tinha estado a trabalhar nessa madrugada no Serviço Internacional da antiga Emissora, e como a minha filha Rita fazia anos, aproveitei para vir passar o fim de semana a Coimbra. É evidente que a Revolução estava a germinar e com à vontade. Havia uma incerteza: que tipo de Revolução e quais objetivos? Formulava-se a hipótese, se não seria, porventura, a nunca efetuada Primavera Marcelista.  A 25 de ABRIL de 74, ao longo do dia, com a queda do governo marcelista e a ação vitoriosa das Forças Armadas, concretizava-se a mudança de regime e a devolução da DEMOCRACIA e da LIBERDADE a Portugal. A REPÚBLICA renovava-se.

É evidente que a marca fundacional do 25 de ABRIL pertence aos militares aos quais prestamos homenagem, mas não podemos deixar de lembrar as Academias de Coimbra e de Lisboa que lançaram sementes de inconformismo e de liberdade. Já em 1907, protestos de estudantes da Universidade de Coimbra, exigiam melhor ensino, universidade modernizada e um país republicano. A República veio a ser implantada e, por diversos motivos pouco abonatórios, a liberdade e a democracia foram derrotadas pela implantação do chamado Estado Novo que durou até há 50 anos. As Academias foram sempre uma vanguarda e a crise académica lisboeta de 62 veio a abranger Coimbra e exigia-se autorização para comemorar o DIA DO ESTUDANTE.  E foi em Coimbra que decorreu em 62 o Primeiro Encontro Nacional de Estudantes. Em 1969, com a inauguração do Edifício das Matemáticas, e Alberto Martins, presidente da Direção Geral da Academia coimbrã, a pedir a palavra que não lhe foi dada, explodiu uma enorme CRISE ACADÉMICA reivindicando novos e melhores futuros.  Estudantes dessa época, os dos anos 60, vieram a ter um papel de relevo no 25 de Abril de 74. Pelos Cantos de Coimbra, e muitos eram de intervenção, até pelo futebol com aquele Comício na Final da Taça de Portugal no Jamor, e pela politização que os universitários mobilizados levaram para o seio do Exército, a Academia de Coimbra também plantou Cravos de Abril que floresceram há 50 anos. Assim, neste tempo de festa, além de um Viva à República, um Viva a Portugal e um Viva ao 25 de Abril, fica bem lançar um F.R.A! pela Revolução de há 50 anos com os votos de um glorioso Futuro para todos os portugueses com progresso económico, cultural e social.

SC

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