COIMBRA ENTALADA ENTRE PORTO E LISBOA. EVOCAR O DR. MANUEL FARIA

 


COIMBRA ENTALADA ENTRE PORTO E LISBOA


Um cartune do Joaquim Belisário em que são formulados votos de ótimo 2024, embora sobre escombros, é uma forma, quase metafórica, de dizer tudo numa imagem. ESCOMBROS devia ser, a nível internacional, a palavra do ANO.  Ou GUERRA. Ou ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS como expressão do ano. A nível da região, METRO MONDEGO pode ser a expressão de 2023 escrita, de preferência, a negro, pois começou por ser escuro o processo de desmantelamento do Ramal da Lousã, nunca veio o prometido Metro Ligeiro de Superfície sobre carris e os AUTOCARROS-METRO ainda não entraram em funcionamento. Aliás, esta situação bem pode ser considerada a “DESGRAÇA DO NOVO MILÉNIO cá por casa”. Por Coimbra e pela região continuamos a lamentar a falta de políticos que nos representem com vigor e que saibam exigir MÁXIMOS. A cidade fez a festa, mudou o calendário, mas parece existir desesperança e inexplicável melancolia. Confrangedoramente entalada entre Lisboa e Porto, a cidade de Coimbra tem perdido protagonismo no plano nacional salvando-se algumas EXCEÇÕES cuja enumeração deixo ao critério dos leitores porque também tem faltado ver os conimbricenses a pensarem fartamente a sua cidade e a sua região. Ainda há uma espécie de estratificação social acentuada por Coimbra, a velha questão de doutores e futricas, dos intelectuais e do operariado. Amar Coimbra não impede de a criticarmos e de apontar falhas, aliás, isso é positivo. O que mais gostava neste 2024 seria assistir a uma cidade de inquietude, de desassossego, a puxar por um progresso harmonioso e inundante que se sentisse no dia-a-dia e até na carteira de quem aqui mora. CONTINUAMOS ENTALADOS, ENSANDUICHADOS ENTRE LISBOA E PORTO. O 25 de abril de 74 foi ótimo e trouxe progresso ao país, mas trouxe novas universidades e novos politécnicos de norte a sul. A Coimbra académica onde se formaram gerações de políticos que iluminaram Portugal perdeu EXCLUSIVIDADES e SINGULARIDADES e indicia dificuldade em se adaptar aos novos tempos e em fazer concorrência, em vários setores, ao Porto e a Lisboa. Precisamos de mais patriotismo de cidade. Medito na palavra ESCOMBROS e…e o leitor? Desejo, intensamente, que as Guerras atuais não transformem o nosso mundo em escombros.


MANUEL FARIA AO ENCONTRO DA GRANDE MÚSICA

“Por estar fora do eixo Porto/Lisboa viu-se muito prejudicado” disse CRISTINA FARIA, docente do ensino superior na Escola Superior de Educação de Coimbra e maestrina, a propósito da vida e obra de seu tio, o cónego MANUEL FARIA, músico, compositor, docente universitário, pedagogo, um vulto cimeiro na música sacra. Considerava a VOZ como o “instrumento predileto”. Renovou a música litúrgica em Portugal. Foi um génio e a maior figura musical do Minho, mas podemos estender este conceito ao país. Deu voz, na Rádio Renascença, ao programa AO ENCONTRO DA GRANDE MÚSICA entre 76 e 1981. Trabalhou também com seu irmão, o saudoso e inesquecível maestro e advogado conimbricense FRANCISCO FARIA. Tem vasta obra musical e uma parte dela por divulgar. Faleceu aos 66 anos em 1983. Visitei, recentemente, São Miguel de Seide (Famalicão). De um lado a amarelada Casa-Museu de Camilo Castelo Branco. A poucos metros, no largo do exterior da igreja, um busto do autor do AMOR DE PERDIÇÃO e, num dos lados externos da igreja, um busto de MANUEL FARIA. DOIS NOMES GRANDES do nosso país.

 

PARTIU O VOLUNTARIOSO LUÍS FERREIRA

O voluntariado, a entrega às grandes causas, a sua envolvência no movimento rotário português e na Liga dos Amigos do Hospital marcaram a vida e a ação de LUÍS ALVES FERREIRA, natural de Amarante, onde se iniciou também na vida política que prosseguiu em Penela. Nos últimos anos residiu na Vila do Porto na açoriana ilha de Santa Maria. Otimista, dinâmico, homenageou com os Lions o seu filho Luís Abel Ferreira que faleceu jovem e deixou um acervo notável referente à escritora amarantina Agustina Bessa Luís cujo centenário de nascimento esteve a ser comemorado.  LUÍS FERREIRA deixou-nos nesta última terça-feira. O seu otimismo vai fazer falta a Coimbra.

 

Sansão Coelho em O Despertar de 5 de janeiro 2024

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