ETERNIDADE e SOTAQUE - SONETOS DE PAULO ILHARCO.
Vem! Tenho estado à tua espera. Vem!
Afinal, foi a ti que me entreguei
Desde quando me sou, porque já sei
Que queres que me regresse à minha Mãe.
Mas ao contrário. O út’ro é mais além.
Talvez num outro Céu que imaginei
Com versos meus num manto azul de rei.
Se eu antes fora mal, agora bem.
Não tardes! Vem, pois falta-me a janela,
Da qual eu possa ser-me fora dela!
Dá-me o tal parapeito pouco firme!
Não tenho – vem! – mais páginas em branco.
Da Franqueza fui sempre o ser mais franco.
– Ó terna Eternidade, vem cumprir-me!
?/?/? Paulo Ilharco
Meus ditos com sotaque a Poesia
São lidos por qualquer “entendedura”.
Há quem verta uma lágrima, há quem ria,
Perante uma tristeza ou amargura.
Mesmo assim – me desculpem! – eu diria
Que há gente que não vê a arquitectura
Da minúcia do Autor que sente e cria
Só versos com sabor a Li´tratura.
O Vate – Ser exímio em dar descrédito
Aos outros “d’ água doce” – é tão inédito,
Que faz da Inspiração uma Ciência.
E não pensem que os versos com sotaque
São dessa “pseudo-verve” que usa fraque!…
– São dos “d’Água Salgada” – paciência!...
16/7/2023 Paulo Ilharco
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