ARRIBA, FADO DE COIMBRA

 



ARRIBA, FADO DE COIMBRA



O fado e a canção de Coimbra têm revelado, nos últimos tempos, um dinamismo que é resultante de décadas de dedicação por parte de cantores, instrumentistas e escolas de fado. Adiciono algum trabalho feito por estudiosos, ações a nível municipal e também por diversos operadores no plano da difusão e mediatização. Hoje o FADO DE COIMBRA está perto de conseguir uma omnipresença nos grandes e nos pequenos palcos, alguns mesmo de ocasião. Houve espetáculos credores de insuspeita aceitação e apoteose. É evidente que pela sua peculiaridade há alguns jeitosos que surgem na área a coberto de um público sedento da singularidade deste género e cantam, por exemplo, as velhas e quase gastas, Samaritana e Menino d´Oiro, recebendo fortes aplausos. Se estiverem afinadinhos nada a opor, mas seria bom haver um esforço generalizado na criação e apresentação de novos temas e num profundíssimo respeito pela boa qualidade. Obviamente é desejável que não seja vendido gato por lebre e que sejam os melhores e os históricos a estarem atentos às diversas exibições e enquadramentos pelo bem de todos e pelo supremo interesse do Fado de Coimbra e da nossa Canção. Não basta criar associações aglutinadoras. Há uma plêiade de cantores e de instrumentistas que efetivamente são muito bons nos espetáculos cá por casa como o seriam (e são) perante plateias de altíssima exigência. Isto rejubila-nos. Ou seja: Há qualidade. O Fado de Coimbra teve épocas de grande teorização e era mais falado do que exibido. A práxis atual está diferente, mas desejamos que NOMES PRESTIGIADOS E COM PROVAS DADAS perante este itinerário do nosso fado, possam funcionar como CONSELHEIROS, por forma a garantir-se, neste profícuo presente, um Futuro de qualidade sem abdicar das marcas fundacionais. Outro aspeto a ter em conta é o do respeito pela História do Fado, Balada, Serenata, Canção de Matriz Coimbrã, um conjunto de designações que envolvem este género tão conimbricense quanto académico. E ainda o respeito pelo acumular de conhecimentos e de práticas. Não deve, por exemplo, um cantor dissertar acerca do aplauso ou não do fado de Coimbra envolvendo-se numa teia de contradições…porque efetivamente há história e é preciso conhecê-la e divulgá-la com rigor. Pelo menos, penso assim, embora admita poder estar errado. Tomemos, como exemplo, o ZECA AFONSO. Este grande senhor andou por diversas vias, mas voltou, já perto do final, a gravar um álbum com o título FADOS DE COIMBRA E OUTRAS CANÇÕES. Considero este título do álbum como um marco histórico na História do Fado de Coimbra e nas Canções de Coimbra. E uma glorificação e marca identitária neste género musical. O ZECA nasceu a 2 de agosto, em Aveiro, em 1929. Estamos quase a assinalar os 94 anos. Espero não ser preciso chegar aos 100 anos para Coimbra dignificar com estátuas, na toponímia e na Memória Ativa o inesquecível e referencial JOSÉ AFONSO. Ainda falta muito por fazer…e por lhe fazermos, agradecendo-lhe.

 

SC

 


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