"O CASO DA CUSTÓDIA ROUBADA" livro de banda desenhada de CARLOS SÊCO

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O CASO DA CUSTÓDIA ROUBADA – BANDA DESENHADA DE

 CARLOS SÊCO

 

Coimbra tem um festival de BD (banda desenhada ou bedê) habitualmente com a curadoria de João Miguel Lameiras que em parceria com Bruno Caetano afirmaram, no Facebook, afastarem-se da edição deste ano, prevista para setembro, à qual o município parece pretender conferir uma formulação com conceitos que estes organizadores não concordam. O importante, no nosso ponto de vista, é termos os referidos “curadores” ativos pois muito têm dado à Banda Desenhada e, ao mesmo tempo, sugerir que não se perca a realização de um festival de BD em Coimbra.

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Foi   lançado o livro O CASO DA CUSTÓDIA ROUBADA de autoria de CARLOS SÊCO, professor e desenhador, cartunista, caricaturista, humorista, um nome que convém fixar pelo prestígio que alcançou e porque vai, seguramente, ser um nome com obra a internacionalizar-se. Neste seu livro de banda desenhada além do protagonista encontramos a personagem professor FISÁLIS,  criada com base na figura do professor lousanense, Álvaro Viana de Lemos (1881-1972), um docente seguidor da ESCOLA NOVA. O professor Fisális faz, nesta narrativa de vinhetas, “a maior descoberta do século”, seguindo-se uma odisseia com laivos de policial e com tonalidades de mistério, ação e pedagogia. Por exemplo, no decurso da história, o leitor é convidado a ver e a descobrir, pelo seu smartphone e com recurso ao código QR, por norma em rodapé, o que é um “ex-voto”, reconhecer uma automotora modelo Alan que circulou na desmembrada Linha Ferroviária da Lousã, pode ser convidado a colorir, a conhecer as invasões napoleónicas, ou seja, o livro é um manancial de informação, formação, diversão e um hino à melhor BD em Portugal. 

Na Lousã convivem os nossos admirados BELISÁRIO, o grande cronista-cartunista do jornal O DESPERTAR, cada vez mais apreciado e um dos espaços OBRIGATÓRIOIS E APETECÍVEIS para os  leitores do referido semanário; e também outro caricaturista cartunista de referência, o ZÉ OLIVEIRA, de quem aqui tenho falado com regularidade. Proponho que no próximo aniversário do jornal centenário  O DESPERTAR possa ser elaborada uma PÁGINA DE HOMENAGEM a estes admirados vultos do desenho: BELISÁRIO, CARLOS SÊCO e ZÉ OLIVEIRA convidando-os a desenharem novos trabalhos para essa página ou publicando um ou dois trabalhos, narrativas sequenciais de que tenham sido autores anteriormente, e um perfil biográfico dos três. SÃO NOTÁVEIS E É URGENTE DIVULGAR OS NOSSOS QUE SÃO DOS MELHORES E QUE REPRODUZEM A EXCELÊNCIA. Nesta linha aproveitei para pedir ao ZÉ OIVEIRA que nos falasse de CARLOS SÊCO, seu amigo, e cujo percurso conhece em detalhe. A resposta foi esclarecedora:

O Carlos Sêco é um cidadão muito mais inquieto do que poderá parecer aos mais distraídos. Inquieto, no sentido literal do termo; nunca está quieto. Se ele, professor em Miranda do Corvo, não apareceu há dias na sala de convívio para dois dedos de cavaqueira com os colegas durante o intervalo, é porque ficou na sala de aulas a desenhar um Tintim a giz, no quadro, de modo a surpreender os alunos quando reentrassem. Para que não esquecessem que, naquele dia, o repórter de Hergé fazia noventa e tal anos. 

Outros exemplos da inquietude do Carlos: tanto pode andar por aí a recolher imagens para um documentário de vídeo, passar o serão a montá-lo e colocar-lhe o som, a criar um cartoon ou escrever um texto para o jornal Trevim ou a dedilhar as cordas da guitarra na banda onde toca. Ou a reorganizar a sua enorme coleção de tema Tintim. É, claramente, um seguidor da linha gráfica de Hergé. Esta sua primeira BD demonstra isso. O Carlos Sêco é um pedagogo que vai muito para além dos manuais e dos programas de ensino. Nas suas aulas, os alunos fazem jornais, emissões de rádio, exposições de arte”.

 

Carlos Sêco, filho de pais lousanenses, nasceu em França, em Fontainebleau, a 24 junho 1969 e veio para Portugal em 83, para a Lousã. Tem sido colaborador, paginador, fotógrafo, repórter e ilustrador do jornal TREVIM onde podemos ver o seu HUMOR A SÊCO. Criou a personagem JONAS, a regressar neste livro e presente em várias bandas desenhadas, sempre em policromia; e as mais recentes bedês têm ocupado duas pranchas, uma destas dedicada ao enorme compositor musical luso-americano John Philip de Sousa e ao seu “sousafone”.  CARLOS SÊCO tem um blogue com BD inserida no mundo infantojuvenil, coisa rara na componente BEDÉFILA da blogosfera. Não percam este belíssimo livro de Banda Desenhada, uma história eletrizante…INCRÍVEL E MUITO GIRA. Como dantes se dizia: uma história aos quadradinhos.

Sansão Coelho


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