GAIVOTAS E POMBOS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

 



GAIVOTAS E POMBOS: 


UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

 

É difícil equacionar o nosso desejo de preservar certas espécies com a necessidade de mantermos níveis de higiene e saúde aceitáveis. Há algum tempo sugeri, numa associação da beira-mar e à qual estou ligado, que encetássemos uma campanha para reduzir o número de gaivotas e pombas que convivem conosco e causam problemas a vários níveis. Verifiquei que as minhas palavras foram escutadas com sobressalto e obtive uma resposta em tom aparentemente negativo, ou melhor, com alguma inquietação. Volto hoje ao tema, agora nestas colunas, após ter lido no Diário de Coimbra da última terça-feira, em oportuna reportagem de Andreia Gouveia, uma declaração de um médico pneumologista (Dr. PEDRO RAMALHO) relativa a esta temática e numa abordagem que considerou ser em CONTEXTO URBANO. O médico elencou algumas das doenças provocadas pelas aves referidas tais como “histoplasmose, ornitose e pneumonite de hipersensibilidade”. O pneumologista, citado pelo Diário de Coimbra disse haver soluções para este problema exemplificando que na cidade do Porto foram tomadas medidas para combater esta “praga”. A RTP, há cerca de um ano, emitiu num noticiário uma reportagem dando a conhecer o que estava a ser feito no Porto para combater este problema. Em Coimbra, há algum tempo, em monumentos nacionais na iminência de serem deteriorados pelas fezes das pombas eram colocados sistemas ténues de choque elétrico o que as afastava do património monumental edificado.

É claro que estas medidas não serão suficientes se gaivotas e pombas continuarem a reproduzir-se a uma velocidade vertiginosa. Será necessário diminuir a população destas aves. Uma ação a ter incidência sobretudo durante a nidificação – é o que nos parece.

Acontece que na Figueira da Foz uma boa parte dos bandos de gaivotas, seguramente esfomeadas, procuram alimentos de forma estratégica com incidência nos caixotes de lixo por toda a cidade. O mar, cada vez com mais plástico, convida as gaivotas a virem a terra em grandes percursos em busca do alimento.

O assunto é delicado e sei que os defensores dos animais podem ter dificuldade em compreender o pedido que se faz para reduzir os bandos de gaivotas e de pombas. A SAÚDE PÚBLICA reclama medidas. Pedem-se soluções. Não basta o encantamento da velha canção do PREC “Uma gaivota voava, voava”, nem os belos poemas e textos em prosa do Professor Doutor
Ribeiro Ferreira que são autênticos hinos às gaivotas e ao seu belo e majestoso planar.

Exterminar gaivotas? Não, obrigado. O que se pretende é que possamos coabitar com elas em equilíbrio que o mesmo é dizer

GAIVOTAS E POMBAS, SIM, MAS SEM PREJUDICAREM A SAÚDE PÚBLICA.


Sansão Coelho em Jornal O Despertar a 30junho2023

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