50 ANOS DE TERTÚLIA DO FADO DE COIMBRA

 


 

50 ANOS 

DE TERTÚLIA DO FADO DE COIMBRA

 

Um belo apontamento no Facebook dá a conhecer uma boa parte dos 50 anos da prestigiada TERTÚLIA DO FADO DE COIMBRA embora “tudo começou em 1972”, segundo escreve o Professor JOSÉ CARLOS TEIXEIRA, um dos membros fundacionais. Conhece o viola EDUARDO AROSO. Passam a ter encontros regulares com o cantor VÍTOR NUNES para escutarem temas clássicos do fado coimbrão num gravador de fita. Juntou-se o saudoso cantor NUNO DE CARVALHO. Em 1973 regressa a Coimbra ÁLVARO AROSO e é constituído o “primeiro conjunto instrumental” da TERTÚLIA DO FADO DE COIMBRA. Seguem-se colaborações com o ORFEON e com a TUNA ACADÉMICA e no verão de 73 atuam nos Açores com os cantores CASTRO PITA e JOSÉ HORÁCIO MIRANDA. Uma digressão aos States, pouco antes da Revolução dos Cravos. Seguem-se “anos quentes” e a Tertúlia entre polémicas e incertezas sociais, entra na dinamização cultural e, sempre personalizada, defende este belo género musical e “assegura a ponte entre o antes e o depois do 25 de Abril”. Adicionam-se à formação os cantores JOAQUIM MATOS e JOSÉ MIGUEL BATISTA e, posteriormente, o viola MÁRIO JOSÉ DE CASTRO e também JOSÉ DOS SANTOS PAULO cantor, guitarra e viola. Serenatas no Algarve. Presenças fortes e inesquecíveis em vários programas de televisão e da rádio. Digressões pelo mundo. Aplausos. Discos e êxitos. A participação/colaboração de mais alguns nomes sonantes e sempre a marca da QUALIDADE no FADO e na CANÇÃO DE COIMBRA. A TERTÚLIA DO FADO DE COIMBRA é um caso singular e apreciadíssimo de qualidade e organização grupal de fabulosos instrumentistas e cantores. Se eu pudesse escrevia a oiro: OBRIGADO, TERTÚLIA DO FADO DE COIMBRA.PARABÉNS PELOS VOSSOS 50 ANOS.

 

MULHERES NO FADO DE COIMBRA? SIM, SIM

Reafirmamos que é algo perfeitamente normal estarem a surgir mulheres a cantarem fados e canções de Coimbra. Na vertente, digamos, mais espartilhada do conceito fado académico de Coimbra, as mulheres, equiparadas agora aos homens na frequência do ensino superior, e até com uma ligeira vantagem numérica, é legítimo aparecerem vozes e instrumentistas femininas. A tradição já não é o que era. Sopram novos ventos e novos fados. No final do século XIX quando desponta o Fado de Coimbra, a Universidade era quase toda preenchida por homens e estes cantaram, inicialmente, para as “tricanas”, em serenatas. Deixo uma palavra de apreço para duas personagens que contribuíram para o aparecimento da mulher no fado de Coimbra: o saudoso guitarrista ANTÓNIO DE JESUS, pai do soberbo guitarrista CARLOS JESUS, e para a cantora CRISTINA CRUZ que ousou (e ganhou nessa ousadia) editar um CD com Fados de Coimbra na sua apreciada voz. A dupla de “produção” António Jesus/Cristina Cruz funcionou muito bem. Tive oportunidade de estrear o cd na rádio pública e passar por diversas vezes os cantos da CRISTINA CRUZ que foram recebidos com entusiasmo por vários públicos. Um pouco antes também já tinha tido em estúdio uma jovem guitarrista de Coimbra saída da Secção de Fado da Associação Académica. Voltando à CRISTINA CRUZ:  tenho conhecimento que tem estado a trabalhar na Alemanha embora vindo com alguma frequência até nós. Precisamos de a ver em palcos portugueses com mais regularidade. E, a propósito de palcos e palanques não se esqueçam de irem pular, dançar e saltar nas FOGUEIRAS DE COIMBRA. BOM SÃO JOÃO.

 

SC. Texto inserido no jornal O Despertar a 23 junho 2023

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