ZÉ BRIOSA: GATO ÚNICO COMO UM FILHO ÚNICO. PROTAGONISTA NA BELA REVISTA "MIAU"

  




              ZÉ BRIOSA: GATO ÚNICO

                                 E isto de ser gato único é como um filho único

                                                                   


Não há filho único que não seja preguiçoso – diz o provérbio. O mesmo digo do meu GATO ÚNICO de seu nome ZÉ BRIOSA. Natural de Coimbra. Reside, a espaços, na Figueira e em Coimbra. GATO ÚNICO é preguiçoso e alvo de todos os mimos do seu dono que sou eu. O meu ZÉ BRIOSA terá na preguiça o seu maior defeito – confesso felinamente. Contudo, quando lhe dou uma bola para brincar, chego a admitir que possa vir a ser um futuro BOLA DE PRATA como foi o antigo jogador e ponta de lança da BRIOSA, da ASSSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA, MANUEL ANTÓNIO, médico, que foi uma referência como Diretor do Instituto Português de Oncologia de Coimbra depois de bem conseguida carreira como futebolista. Foi o único jogador a ganhar pela planetária Académica - conhecida por BRIOSA -,a ÚNICA BOLA DE PRATA conquistada por um futebolista-estudante como melhor marcador de golos de um campeonato. 

Enfim: também pode ser um admirador do Cristiano Ronaldo, mas sei que não deseja estátuas em aeroportos nem ser patrono de futuras estruturas aeroportuárias. Nem do futuro aeroporto do Montijo.

Compreendo-o: um gato não voa, mas gosta de subir às árvores. 

O meu ZÉ BRIOSA equipa de preto apesar de ter umas discretas manchas brancas. Estas são mais visíveis quando entro em casa e recebe-me de patas viradas para o ar. Não volta à posição normal enquanto não percorro os meus dedos avolumadas no seu volumoso e sedoso peito. 

De manhã tem um miar interrogativo e pergunto-lhe se quer varanda ou janela. Decide e segue-me. É tão preguiçoso que só nos segue um ou dois metros. Certifica-se do meu destino, passa para trás e poupa alguns passos enquanto procura perceber se de facto cumpro a sua solicitação, para um lado ou para o outro. Tal e qual o filho único: preguiçoso, mas bom rapaz, neste caso bom gato. 

Acentuo a sílaba RAN em VARANDA e a sílaba NÉ em JANELA. Até a ouvir poupa-me palavras, ou antes sílabas: distingue ÔI em BISCOITOS e faz-se desentendido na MI da COMIDA para gatos esterilizados. Mas tem que ser, apesar de que aí tem preguiça o que não acontece nos BISCOITOS. Voam quase à velocidade da luz. Sejamos modestos: à velocidade do som. O ditongo ÔI de BISCOITOS é mais pequenino e não dá tanta “trabalhêra”…a descodificar: salta num ápice a saboreá-los. 

Tudo o que é novo não é objeto de preguiça para este gato. Observa. Experimenta. Julgo que tem na família quem faça investigação – há indícios muito fortes no seu comportamento experimental/empírico. 

É um gato CASEIRO. 

O ZÉ observa, da janela ou da varanda, os pardais, as andorinhas, os melros, as rolas; e na Figueira o piar das gaivotas e o seu voo imponentemente suave e geometrizado. Rodopia o focinho a acompanhar esse voar solene das gaivotas. Admira-as porque gosta de peixe como elas – é o que antevejo. 

Ainda não saí do elevador e já o pressinto à minha espera à porta: aliás conhece o trabalhar e estacionar do meu carro e depois confirma a minha aproximação à porta da entrada com o tilintar das chaves, pois, apesar de eu não ser o São Pedro, tenho muitas chaves.

À noite acompanha-me ao computador ou nas leituras. Fica ao colo. De vez em quando troca-me letras no teclado do computador quando sai do meu regaço. Não me zango porque sei que é uma forma de reclamar hora de deitar. Ocupa o canto inferior da cama sobre uma TOALHA e TOALHA é a palavra-base para o seu espaço em diversas áreas da “domus felinis e isto não tem a ver com filmes do Fellini nem com a sua película Doce Vida. Na televisão só lhe interessam desenhos animados e miares de gatos e ladrares de cães. 

Só se expõe ao sol em dias primaveris quando os UV´s ultravioletas estão baixos: no resto do ano submerge invisível numa cobertura da cadeira de recosto. Quando tem sede fica frente à torneira da água até que eu a abra num discreto fluir do precioso líquido: nada de excessos – há da parte dele um admoestar na forma como serpenteia o focinho a afastar a torneira se jorrar muito líquido. "É preciso poupar água" – compreendo o seu aviso. 

Dorme de inverno a meu lado e de verão na tal toalha privativa sobre a cama. Chega a ser o meu BOLETIM METEOROLÓGICO, mas nunca o levarei para os estúdios da rádio ou da televisão para ser “manda-chuva”. 

De manhã, se me atraso a dar-lhe o pequeno almoço vai ao móvel em frente à cama e lança-se em voo rasante sobre a minha barriga para me acordar… não lhe custaria dizer que horas são, mas tenho-o como um felino pontual. Se lhe dá o cheiro a peixe é como os rapazes quando lhes dá o cheiro a raparigas. 

Agora vive só e sem poder ser progenitor o que para mim é uma dor, mas abusou antes de ser esterilizado: era um marcador de serviço, não de golos, mas de paredes, cortinas e produzia outras marcas pouco recomendáveis para um filho único, perdão, para um GATO ÚNICO. Infelizmente no Bilhete de Identidade aparece como… meu dono. Esta troca foi inesperada e inadmissível no meu ponto de vista, mas os gatos têm tendência a mandarem por nos seus “cartões de felinos” o nome dos Donos que decidem unilateralmente escolher. É assunto para levar a uma Cimeira do Pan ou à Assembleia da República em Petição Pública: os Donos é que devem escolher os Gatos e urge “legislar” com urgência que não podem ser os Gatos a escolherem os Donos: sou contra…e está dito. Sou contra, mas este ZÉ BRIOSA fez bem em escolher-me porque preciso da sua companhia, estou paternalmente dedicado a ele. Até tolero as suas mordidelas pontiagudas que antecedem uns beijinhos tão doces que me derreto. 

Há poucos dias deixei-o em casa um pouco mais de 24 horas: quando regressei torneou-se e volteou-se a lamber-me cara e pescoço num exercício de saudade o que me assegura que é genuinamente um gato português, gato de família e filho único…., perdão, gato único. 

As minhas filhas ANA e RITA têm vários gatos de companhia e vejo que não são tão mimados nem tão preguiçosos. Mas este tem a minha atenção total e é totalmente limpo, higienicamente irrepreensível. Se o seu WC não estiver impecável admoesta-me e já contestou… indo ao bidé e à sanita.

Gosta de apresentar o seu pelo preto reluzente e sedoso. Nos últimos tempos acho-o um pouco vaidoso e admito que tal se deve à atenção dispensada pela equipa do Blogue e da Revista MIAU. E sou eu quem lhe diz em tom exclamativo: que qualidade de vida têm agora, V. Exªs, Caros Gatos Portugueses, com uma Revista que lhes é inteiramente dedicada, pedagógica, excelente em conteúdos e com publicidade a produtos de que nós precisamos saber e conhecer para servir estes nossos DONOS, perdão, estes nossos GATOS dos quais somos donos ou julgamos ser. E tendencialmente são tão fotogénicos e telegénicos que apetece avisar: que se cuidem os humanos destas resplandecentes e doces belezas felinas.

 Vou envelhecendo e o ZÉ BRIOSA só fez bem em tomar conta de mim. É a minha alegria e é da BRIOSA, o ZÉ. Um F. R.A! pelo meu ZÉ BRIOSA.

Sansão Coelho  
Baseado em texto inserido na Revista MIAU - um projeto de comunicação de excelência dedicado aos felinos e que urge apoiar.

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