SÃO JOÃO, FIGUEIRA E VERÃO

                         

                    SÃO JOÃO, FIGUEIRA E VERÃO





O SÃO JOÃO 2021 está a ser festejado na FIGUEIRA DA FOZ de acordo com as possibilidades facultadas pelas normas indicadas pela Direção Geral de Saúde face à pandemia do covid. A cidade alindou-se e recebe novos turistas nacionais e estrangeiros. As obras começam a estar concluídas. A estátua do Pescador relocalizou-se. O comboio circula, pachorrentamente, sob o título longilíneo de O AMERICANO por várias artérias. Na praia surgem os banhistas em número moderado porque as aulas continuaram e muitos jovens e familiares ficaram presos ao prolongamento do calendário letivo.  A bola Nívea continua historicamente colocada. Era e ainda é um ponto de referência para os banhistas, para os encontros e para quando há desencontros. Em várias zonas do areal das praias entre a Torre do Relógio e Buarcos, surgem novos espaços de desporto e lazer a serem preenchidos. Cá por cima, pela esplanada, há os icónicos chapéus de praia às riscas e cadeiras de realizador. A FIGUEIRA é protagonista sempiterna num filme da Natureza. Também neste cenário acaba de ser rodada uma parte de uma produção televisiva. O surf flui entre as praias da cidade-sul e as da cidade-norte. Por Buarcos a onda mais longa. As brisas vendem-se nalgumas pastelarias. Dulcificam o paladar. As gelatarias refrescam os sentidos e arrefecem a saudade dos pregões das varinas, “sardinha n´areia”, agora só audíveis no mercado. A bolacha americana e as bolas de Berlim ainda não ecoam fartas nas vozes dos vendedores da praia, alvos no vestir, tisnados na face. A Figueira mostra o seu dinamismo e a sua beleza. É uma cidade com vida própria e diversas atividades laborais, mas quando chega o verão há uma explosão de ENCANTAMENTO NATURAL NA FIGUEIRA E NOS FIGUEIRENSES; tem cor, a já referida vida própria e pessoas muito interessantes e interessadas na vida pública. A Figueira e os figueirenses podiam, no entanto, fazer um pouco mais, mas a sazonalidade nem sempre é motivacional. É uma cidade marcada por uma beleza deslumbrante, uma vivência rica entre o cosmopolitismo e um bairrismo tradicional. A FIGUEIRA tem uma magia conferida pela conjugação serra, mar e rio. E tem uma alma própria a conferir-lhe um estatuto de CIDADE GRANDE SENHORA. É graciosa, vaidosa quanto baste, instruída, sábia, orgulhosa, terra de artistas, povo e cidade de feições belas, tão belas como as palavras da Marcha do Vapor que foi decretada pelo coração do povo como seu hino aglutinador:
 É CANTAR SEM MEDO, Ó MINHA BELDADE, O MAR É DE ROSAS, VIVA A MOCIDADE. 

Vários canteiros e floreiras refletem um maio florido que antecedeu este junho, princípio de veraneio calendarizado, porque a Figueira é sempre turística. Várias estátuas e esculturas dão beleza a uma cidade de arte contemporânea e também de arte nova; requintada entre o verde idílico ou bucólico do Parque das Abadias e o abraço de rio e mar numa foz de Figueira cheia - e cheia de vapores, iates e outras sofisticadas embarcações de nacionalidades várias. Mostram-se outras épocas e edifícios com história. Turística e culturalmente há visitas explicativas e memoriosas do histórico acolhimento aos refugiados e do roteiro da paz. Em frente ao edifício do município, olhando num requebro de idílico compromisso, a FONTE LUMINOSA pisca o olho aos MANJERICOS situados diante da Câmara Municipal donde saem versos de amor e do HINO:                          
Ó NOITES D ´AMOR QUE AS ALMAS SEDUZ, ENVOLVE O VAPOR, EM ONDAS DE LUZ.

 As bicicletas chamam pelos turistas e pelos figueirenses num exercício que é bom para o físico e para a descarbonização necessária. Numa cidade verde...verde e amarela, a fonte luminosa, multicolorida, reflete os ambientes e cambiantes das sociabilidades diversificadas e animadas que preenchem as novas esplanadas. ISTO É A COSMOPOLITA FIGUEIRA. Sanjoanina quanto necessário e possível nestes dias. De São Pedro da Cova Gala até ao burgo, obviamente acastelado, do majestoso Buarcos que terá dado a conhecer novos mundos ao mundo e Portugal a zarpar daqui para a odisseia das Descobertas. A praça, junto ao Forte de Santa Catarina, recebe dentro de dias o nome do anterior e saudoso presidente, Dr. JOÃO ATAÍDE. O concelho honra, assim, uma grande Personalidade. E a vizinha Coimbra presenteia-se com SERENATAS DE AQUÉM e DE ALÉM MONDEGO. Todas as quartas-feiras há pelas redondezas Fados e Canções de Coimbra. Quem nunca visitou esta bela Figueira não pode exibir um certificado de BOM GOSTO PORTUGUÊS.

FIGUEIRA...das finas areias e berço de sereias.
 
BOM SÃO JOÃO! Para a Figueira, para todas as localidades que o festejam e… para os nossos leitores.

Sansão Coelho
TEXTO PUBLICADO NO JORNAL "O DESPERTAR" DE COIMBRA a 2021/junho/18

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O DOCE ACOLHIMENTO DAS ALHADAS ÀS SERENATAS DO MONDEGO. NOITE "DOCE" COMO O BOLO LOCAL.

DEZ DE AGOSTO, A TEIMOSA, TEM NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS para o biénio 2024 2025

AGUSTINA VIAJA PARA A TERCEIRA COM A COLEÇÃO DE LUÍS ABEL FERREIRA